Ciclos

 


Imagine andar de bicicleta em círculos por mais ou menos três anos. Doideira, né? Sem querer fazer você estranhar ainda mais o que eu disse, mas tem gente que anda em círculos de "bicicleta" por mais do que só três anos. Quando eu digo andar de "bicicleta", me refiro a caminhada que nós fazemos enquanto seres vivos. A nossa vida, trajetória... Início, meio e fim. Tudo tem esse ciclo, nasce, vive e morre. NASCE, VIVE E MORRE! NASCE, VIVE E MORRE! NASCE, VIVE E MORRE!

Até hoje, não consegui conhecer pessoalmente ninguém imortal, e se alguém deste tipo existe, não ficarei vivo por tempo suficiente para descobrir (a não ser que eu seja esta pessoa, e nem ao menos perceba isso!). Como disse numa postagem passada, a vida é curta demais para se preocupar com alguns problemas — não podemos jogá-lo para fora do campo, mas precisamos saber lidar com eles porque nada mais são do que pequenas pedras numa estrada não pavimentada.

Ainda em 2019, enquanto adolescente, tive que ter a minha primeira experiência quebrando ciclos. Perdi algumas amizades muito importantes naquele ano, e precisei saber como lidar com o fim de um laço de mais de dez anos de história. Alguns poderiam dizer que isso poderia ser cortado simplesmente apagando fotos, fingindo que a pessoa não existe, ignorando mesmo! Mas eu não concordo com nada disso. O passado não pode ser reescrito, apesar de poder ser manipulado (como o livro 1984 nos mostra). Ele sempre existirá, mas dependendo de uma série de fatores, a nossa mente pode nos enganar (ou outras pessoas podem causar isso) e fazer com que a gente esqueça uma série de fatos ou eventos ocorridos em nossa vida/sociedade. Mas, dificilmente você conseguirá fazer uma lavagem cerebral em si mesmo. Portanto, fica claro que a melhor saída aqui é a convivência pacífica com o seu eu do passado. E eu amo isso. 

Toda vez que olho para trás, vejo o porque que estou aqui. E quero traçar ainda mais planos para o futuro. Sou muito grato pelas amizades que tive e fico feliz também por elas terem terminado. Por quê?

Acredito que cada pessoa entre na nossa vida com algum propósito. É muito engraçado acreditar que o que eu estou falando é besteira: já pensou você crer fielmente que MILHARES de pessoas passam pela sua vida por simplesmente passar? Tem gente que é tão bom com a gente que nos perguntamos o porquê que não nos conhecemos antes. É porque o destino já tinha reservado e agendado o nosso encontro.

Logo, quero dizer que as pessoas com quem convivi por determinados períodos me fizeram crescer de certa forma, cair de certa forma também, mas tudo a fim de chegar num resultado: o hoje. O passado não pode ser desconectado do presente, porque as coisas do passado influenciam as do presente, "olhamos para trás para não cometermos os mesmos erros". O futuro é consequência do agora.

O tempo para mim é uma verdadeira bagunça, as coisas do passado continuam vivas na minha memória e é por isso que elas se misturam com as coisas do presente, e isso gera expectativa para o futuro, criando mais ou menos uma idealização dele. Ele já fica planejado, mas eu tenho ciência de que isso pode ser pura utopia. — Allissom André

Eu defendo a ideia de que o tempo é cíclico porque você pode observar pelas peças de roupa que está usando agora: provavelmente deve ser algum revival de alguma peça de alguma década passada. Viu?! Nada é inédito. O passado ainda influencia o presente de alguma forma.

Pessoas do passado podem voltar, assim como podem ficar só no passado mesmo. Se até a moda do passado retorna, por que outras coisas não?

A vida, é sim, feita de ciclos, e durante toda a sua passagem de vida, é impossível que em nenhum momento você se depare com situações que você já enfrentou no passado. O que importa, é o que fazemos quando esses ciclos retornam em diferentes formas, pois já passamos por eles uma vez, e a vida espera de nós que tenhamos uma postura diferente. Resolvi meus problemas assim.

Hoje, na fase mais jovem e recém-adulta da vida, passei por outros dois ciclos de amizade, e cada um contribiu comigo de alguma maneira. Saio diferente e melhor de cada ciclo encerrado. E estou pronto para o próximo.

Eu amo a vida. Amo essas coincidências e oportunidades que ela nos dá.

Mas jamais devemos esquecer quem fomos.



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